O Argumentu volta à tona depois de um mergulho quase forçado no ostracismo. E chega para falar de números. Todos aprendemos que a matemática é uma ciência exata, não é mesmo? E quando se mencionam as estatísticas (que usam a matemática), é quase automático não discordar nunca. Afinal, os números não mentem! Mas quem disse que não?
Durante os últimos anos, nas minhas andanças jornalísticas, tenho me deparado com muitas estatísticas. Existe índice para tudo no mundo. Pode ser a quantidade de pessoas atendidas por um programa municipal, por exemplo, ou o número de mortes e assaltos em determinadas localidades ou ainda o público presente em uma festa. Para tudo se faz conta. Aliás, as estatísticas são ferramentas fundamentais, essenciais e indispensáveis. É através delas que se podem pensar todas as ações e avaliar o andamento de qualquer trabalho no mundo moderno.
O problema é que os dados são alimentados por alguém ou alguma instituição, as fontes. Pois bem, descobri que não é raro que essas continhas sejam alteradas, para mais ou para menos. Ou simplesmente criadas. Vai depender do interesse de cada um. Quando algo nas esferas governamentais não vai bem, uma redução voluntária em tal índice pode ajudar a não criar uma imagem ruim junto às pessoas. Quando se aproxima o período eleitoral, como agora, aparecem muitas propagandas de prefeitos reelegíveis ou que querem fazer sucessor. A última que escutei falava que metade da população é atendida por programas sociais que combatem a fome. E é um dos municípios mais ricos do Estado. E metade das pessoas passavam fome???? Já vi dados policiais que aumentavam a quantidade de crimes de um acusado preso, atribuindo a ele o que não fez, só para dar importância à ação policial: "Ah, já matou bem uns dez..." E já vi gente querendo esconder estatísticas de crimes quando elas subiram em vez de cair. Quanto aos vendedores de toda espécie, nem preciso falar. Esses encaixam números aleatoriamente no afã de conseguir uma venda.
Portanto, meus amigos, as estatísticas podem estar mentindo, sim! Muitas são construídas só para causar impacto. É a exatidão da matemática usada pela falsidade dos mentirosos. E nós, crentes na veracidade e na incontestável força dos números, vamos atribuindo valor ao que não tem.
Argumentos bem elaborados, porém, deve-se ressaltar, que a Estatística não é a culpada de todos esses absurdos, e sim, o ser humano que usa da má fé, para usurpar e subestimar a inteligência daquelas pessoas menos favorecidas, ou até mesmo, pessoas que se julgam inteligentes o suficiente para não entender que a Estatística trabalha certo, nas mãos de quem faz o certo.
ResponderExcluirObrigado pelo espaço.
Abraço!
É verdade, as estatísticas são usadas por mentirosos, como disse no texto. Cabe a nós discernir.
ExcluirO que está na berlinda aqui não é a estatística em si, mas os que fazem dela uma arma e tiram proveito em beneficiamento próprio. Se a exatidão da matemática pode ser contestada (isso até Aristóteles o aceitaria), quiçá o caráter daqueles que a manipulam. Bela postagem, Plínio!
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